LIVROS S.A.

O conteúdo desta página serão postagens relacionadas à livros.


... decidi fazer uma série de pequenos textos sobre o livro que está batendo record de vendas:




1ª Análise do livro:
O APELO AO CONSUMO


Em 50 tons de cinza o apelo ao consumo acontece em variados momentos do enredo. Para efeito de desenvolvimento deste texto, os abordaremos como consumo direto e consumo indireto. Em nossa conceitualização consumo direto estará relacionado aquele apelo ao consumo feito de forma literal e o consumo indireto como aquele incitado de forma “desproposital”.

Sabemos que Christian Grey (o personagem que arrebata o coração da protagonista) é rico, muito rico (a autora não nos deixa esquecer disso em nenhum momento do livro). Sabemos também que ele gosta de presentear (ou ao menos busca facilitar a vida) de Anastásia e, com isso, é natural que olhe compre objetos (computador, carro, celular, roupas, passagens aéreas, etc.). o que identifico como o supra sumo do consumo é a necessidade da autora de descrever pormenormente a junção entre alta tecnologia e dinheiro.

Christian não dá um celular à Anastásia, ele dá um Blackberry. Ao se referir ao fato de estar recebendo uma mensagem ou ligação de alguém Ana, nossa personagem narradora, foca constantemente o tipo de tecnologia que está a seu serviço: Blackberry para lá Blackberry para cá. Ou seja, o blackberry não é qualquer tipo de aparelho celular é simplesmente O celular.
Neste quesito de apelo direto ao consumo tudo passa a ser referência ao leitor do nome do objeto. Pela descrição da personagem Anastásia a autora externaliza uma necessidade da sociedade de consumo, a necessidade de evocar o nome do objeto consumido como forma de delimitação de poder, de hierarquia para com os outros mortais objetos.

Não basta dizer que Christian tem variados carros a sua disposição, nesta lógica é preciso (além de quantificá-los) qualificá-los (Audi SUV, Audi 4X4 negro, Audi R8 Spider, ...). Ana ganha, para suas necessidades básicas de leitura de e-mails, um Mackbook, não um computador (é claro que ele é um tipo de computador, mas qualificálo aqui é uma necessidade de enfatizar0. Neste contexto de apelo ao consumo direto tudo é uma questão de OSTENTAÇÃO!

Mas, e o consumo indireto, como o identificamos no livro?

Este, a meu ver, fica por conta dos deslumbramentos de Anastásia para com o gosto musical de Christian, para as constantes e recorrentes citações à tipos de músicas, óperas, como uma forma de incutir no leitor uma curiosidade e, com isso, uma necessidade em descobrir que música é aquela que foi descrita? Duvido se as ávidas leitoras não correram para o Youtybe em busca da música tal, da sinfonia não sei o que, descrita pela personagem e que encantava sua amada....
 
Por outro lado, a própria Anastásia não fica atrás neste quesito de deslumbrar o leitor para o consumo indireto de gosto musical, de divulgação de uma cultura para outras culturas. Isto é o que verdadeiramente chamo de consumo indireto, aquilo que diretamente não está ligado à você, mas que fixa-se em seu inconsciente para que tenha a impressão de que a procura do objeto parte de você e não de uma difusão cultural. E pensar que vai ter muitas mães por ai dizendo: “Após a leitura de 50 tons de cinza minha filha passou a gostar de ópera, não é legal?” Ah, o supra sumo da consciência inconsciente!!


2ª análise do livro 50 tons de cinza:
HOMEM IDEAL


Após ler o livro 50 tons de cinza decidi escrever alguns textos sobre ele enfocando temas que julgo importantes de discutirmos por aqui. Desta vez o alvo é a idealização do homem feita pela autora. Quem é Christian Grey (personagem do livro)? Que características o tornam tão fascinante para Anastásia (protagonista)?

Homem super. Este é christian Grey, por quem Anastásia se apaixona.

Ele é jovem, bonito, rico, culto e sabe como "satisfazer" uma mulher. Tudo o que qualquer mortal desejaria como namorado.

De uma forma simples e direta a autora busca personificar em Christian Grey o que páira no imaginário coletivo como ideal de homem, aquele que tudo pode, que tudo sabe, que tudo resolve.


Atribui ao personagem traços de "qualidade" de diferentes faixas etárias do sexo masculino, mas como assim?

Christian é jovem e velho ao mesmo tempo. Aos vinte e sete anos já aprendeu tudo o que é necessário fazer para levar uma mulher a loucura na cama


além disso administra um conglomerado empresarial com "perfeição"
tem todo conhecimento técnico-científico (sabe pilotar helicóptero, aviões planadores, barcos, é perfeitamente introsado com aparelhos tecnológicos)


enfim, é o super homem versão homem comum.

Se na trilogia Crepúsculo a autora Meyer faz uso do elemento fantástico para tornar Edward  invencível e imortal, em 50 tons de cinza o que temos é um pouco mais simples: a constante descrição do poder de Christian e suas possibilidades de ação torna-o como que invencível e imortal perante os demais homens, simples mortais.


Se tem algo no "deus grego" que deixa a desejar são seus segredos e psicoses. Estes segredos apimentam o enredo e fazem o (a) leitor (a) ficar intrigado e desejar ler mais para descobrir quais são afinal.


Quanto as psicoses, da forma como foram descritas,
buscam dar ao "querido" Christian um ar de tristeza e desamparo,  faz com que a doce Anastásia deseje colocá-lo no colo, nada que nenhuma mulher deseje de vez em quando, não é mesmo?






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