Estudo na Universidade do Estado da Bahia, cursando Pedagogia e desde o dia 26 de abril que a mesma estava com as atividades acadêmicas paradas devido à greve dos professores. Recentemente foi anunciado o fim da greve e informaram à comunidade o retorno às atividades no dia 17/06/11, época de plenos festejos juninos, regionalmente aguardados com ansiedade. É neste contexto que escrevo pontuando os recentes acontecimentos.
Desde que o aparente fim da greve dos professores foi anunciado que os e-mais das turmas que frequento "andam" cheios de mensagens sobre o assunto. Nos e-mais "falamos" de duas greves: uma que terminou «a dos professores» e outra que está na eminência de começar «greve dos estudantes». À princípio motivadas por fatos diferentes, mas que se complementam. Motivos que estão altamente embricados e que necessitamos assentar a cabeça para refletir sobre o lastro de cada uma para assim entendê-las.
Claro que o ato de greve é sempre válido, uma vez que é uma forma do proletariado se fazer ouvir. Os professores reivindicavam, entre outras coisas, a falta de autonomia das Universidades, a mordaça econômica e intelectual imposta pelo governo. Os alunos questionam os semestres anteriores que foram condensados, o semestre atual que só deixando « a vida me levar» para acreditar.
Lhes digo que tudo isso é pequeno e antigo. Mas como assim?
Simples, reflita comigo: quantos anos tem a UNEB «28 anos»
Quantos anos já temos de governo WAGNER? «5 anos»
Desde quando lemos sobre a falta de incentivo à pesquisa, de arrochos nas Universidades pelo país? Historicamente "estes tempos" que citei acima são um grãozinho de areia na imensidão. Em outras palavras, em qualquer governo de nossa estrutura de Estado e economia capitalista esses "arrochos" irão acontecer. Muito difícil neste tipo de Estado dar-se autonomia plena às Universidades, reconhecer o importante papel do professor e da própria Universidade para o desenvolvimento do país e sabe por quê?
Porque isso seria perder poder, seria entregar à sociedade indivíduos bem formados e aptos para pensar por si mesmo e movimentar o pensamento de outros, repito: movimentar o pensamento de outros...
O Estado precisa disso? Quem detém o poder no Estado precisa disso?
Senhoras «es», para o poder estatal, principalmente no Brasil, pouco importa o sucateamento das Universidades, o descontentamento salarial, o pouco incentivo para formar pesquisadores e principalmente formação plena dos alunos destas Universidades. O que interessa é dar uma formação mínima, formar "cidadãos" mínimos para engrossar a massa proletária. Portanto faço minhas as palavras do saudoso professor Sebastião Heber:
"Nunca pare de estudar. O conhecimento evita que o mundo nos faça de tolos".
Sebastião Heber
Diante de tudo o que expus, o que faço?
1º Estão me dando de presente um semestre quebrado?
Estudo.
2º Estão condensando e transformando os semestres em mínimos dias letivos?
Estudo mais.
3º Deixam que os professores passem mais de 2 meses em greve, desresponsabilizando-se pelos prejuízos ao ensino?
Estudo, estudo, estudo, estudo muito mais...
Além do ato de greve, essas são as melhores respostas que podemos dar a este governo inóspito, a estes representantes de suas próprias causas pessoais: ampliação de nosso conhecimento! Fortalecimento de nossa classe!!
O Custódio diz o quê???
ResponderExcluir... dentre os professores(as) a quem respeito se encontra um que afirma, desde 1933 da Era Vulgar que "não basta verificar que o Estado capitalista pode dispor à vontade da familia, da Igreja e da escola para ligar a juventude ao seu sistema e à sua ideologia. No seio do capitalismo não podemos tocar nessas instituições, porque são protegidas por todo o poder do aparelho de Estado (REICH, 1974, p. 118) [REICH, Wilhelm. Psicologia de massa do fascismo. Porto: Escorpião, 1974].
- Para que serve a UNEB??? Ou melhor a QUEM SERVE à UNEB e TODO, todo o famigerado Sistema de (sic) ensino "nacional"???
- O que eu sempre digo é que AINDA não ultrapassamos ao professor Inácio de Loyola (1491-1556) e sua Companhia de Jesus e ao professor John Amos Comenius (1592-1670) quando afirma que:
"Fica, portanto, determinado que devem ser estabelecidas, por toda a parte, escolas públicas, que serão como que o fermento para a vida econômica e ainda bases da Igreja e do Estado (GASPARIN apud COMENIUS, 2010, p. 112).
In: GASPARIN, João Luiz & MARCONDES, Martha A. S.(Org). Jean Amos Comênio: Jean Piaget. Recife: Fundação Joaquim Nabuco, Editora Massangana, 2010. (Coleção Educadores).
PS.:
ResponderExcluir- Portanto, posso dizer que
Artigo 1. "Fica determinado que, a partir desta data, DESTRUIR é EDIFICAR"!!!
Artigo 2. "Revogam-se todas as disposições em contario".
PS2.:
- Você disse que irá ESTUDAR, ESTUDAR, ESTUDAR!!! É pois de bom alvitre que comece por identificar sob qual perspectiva estamos a perceber isso que está posto a nossa frente que os ideologos do sistema coloca como se fora o ápice da evolução da espécie Homo sapiens.
PS3.:
- Sucesso em seus estudos e pesquisas!