Entre o ser e o nada
Izabel Xavier
Entre a nature e os homens eu existo
Torno-me completa, sou concreta
Desenvolvem-se uns com os outros e me criam
E para eles sou a memória do que foram e os indícios do que serão.
Da relação humana e seu labor desenvolvo-me
Ardo imprimindo marcas no mundo
Sou o que sou porque deles me faço
Eles sem mim se igualam a nenhum
Eu sem eles sem sopro seria.
Meu nome é História, existo pelos homens e para eles
Sou seu fio condutor, a perpetuação do que fazem
A mim muitos negam, escondem-me em seus véus
Mas aquele consciente de si e em si no mundo desvela-me
E com mãos e cérebro fazem-se em sua práxis.
De mim criam fatos, tornam-os históricos
Impetram em minha carne marcas que os fazem lembrar do que foram, como foram
Os fatos que criam em mim levam em palavras como vento nos campos
E se a notícia não traduz os fatos
E se os fatos mascaram-me descaminham em sua própria criação
Alienam-se e já não podem mais ser homens
Perderam o que era-lhes precioso em mim, sua liberdade de ser.
PS.: Poesia criada para minha participação no concurso literário do jornal Tribuna da Bahia e enviada no dia 11 de outubro de 2011.
Nenhum comentário:
Postar um comentário