segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Entre o ser e o nada

Entre o ser e o nada

Izabel Xavier


Entre a nature e os homens eu existo

Torno-me completa, sou concreta

Desenvolvem-se uns com os outros e me criam

E para eles sou a memória do que foram e os indícios do que serão.



Da relação humana e seu labor desenvolvo-me

Ardo imprimindo marcas no mundo

Sou o que sou porque deles me faço

Eles sem mim se igualam a nenhum

Eu sem eles sem sopro seria.



Meu nome é História, existo pelos homens e para eles

Sou seu fio condutor, a perpetuação do que fazem

A mim muitos negam, escondem-me em seus véus

Mas aquele consciente de si e em si no mundo desvela-me

E com mãos e cérebro fazem-se em sua práxis.



De mim criam fatos, tornam-os históricos

Impetram em minha carne marcas que os fazem lembrar do que foram, como foram

Os fatos que criam em mim levam em palavras como vento nos campos

E se a notícia não traduz os fatos

E se os fatos mascaram-me descaminham em sua própria criação

Alienam-se e já não podem mais ser homens

Perderam o que era-lhes precioso em mim, sua liberdade de ser.

PS.: Poesia criada para minha participação no concurso literário do jornal Tribuna da Bahia e enviada no dia 11 de outubro de 2011.



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