quarta-feira, 29 de abril de 2015

As mudanças na cidade de Salvador

Você chega no ponto de ônibus e descobre que a linha do transporte não passa mais por ali ou o perde por não ter conseguido ler o letreiro com o nome da linha. As mudanças ocorridas na cidade de Salvador, principalmente no que diz respeito ao sistema de transportes públicos, tem-nos causado inúmeros transtornos. Trago aqui o relato de uma experiência com o produto dessas mudanças...
Não votei no candidato ACM Neto para prefeito de nossa cidade de Salvador. Contudo, reconheço que ele está fazendo um bom trabalho à frente da Prefeitura. Somente quem viveu aqui durante os mandatos dos prefeitos anteriores sabem de que estou falando.  Somente presenciando e fazendo parte das intervenções que estão sendo feitas na cidade é que percebemos a dimensão do abandono ao qual Salvador estava relegada. Mas hoje estou aqui para oferecer um contraponto. 

Vim para casa me fazendo uma pergunta: será que a cidade na qual vivo gosta de mim?


Esta pergunta está relacionada com os fatos que me aconteceram nesse fim de tarde e que passo a relatar:

Estava no bairro de Ondina quando decidi ir assistir à exposição de dinossauros que está acontecendo no Shopping Bela Vista (no bairro do Cabula). 









Buscando mentalmente uma rota de ônibus pensei: “pego um ônibus até o ponto em frente ao Shopping da Bahia, atravesso a passarela para a Estação Iguatemi e lá pego outro ônibus com destino ao referido Shopping”. Esta parecia a rota mais rápida e eficiente naquele momento, contudo, a experiência mostrou o contrário, pois o sistema viário de Salvador sofreu mudanças drásticas nos últimos meses: linhas de ônibus modificadas, troca de concessionárias de transportes, mudanças de rotas, alterações de direções nas pistas, enfim, intervenções que em pouco tempo afetaram o nosso senso de normalidade.


Chegando à Estação Iguatemi fui percebendo que as linhas de ônibus que por lá passavam eram diferentes das que eu conhecia. Procurei em meu perímetro visual por informações e o que encontrei: nada! 







Ao questionar um vendedor ambulante sobre o assunto ele me aconselhou a procurar o “guardinha de colete verde”. Lá fiquei olhando para diferentes direções em busca de tal pessoa para me ajudar. Não encontrando, decidi interpelar um transeunte. Este me orientou a ir para a rodoviária da cidade, pois o ônibus de que eu precisava passava por lá agora.

Dirijo-me à rodoviária e encontro diferentes pistas por onde passam linhas de ônibus seletas. Foi quando vi a figura do guarda de colete verde que tanto procurei mais cedo. Este diz-me para atravessar duas pistas e aguardar o ônibus no lugar ao qual apontou. Pergunto-lhe por placas de informações indicando as mudanças e ele ri enquanto se despede com um aceno. 


No local, indicado pelo guarda de colete verde, fico aguardando um ônibus que não conheço a cor, o nome da empresa, mas sei o nome da linha. Eis que o ônibus que preciso passa, mas o perco porque eles agora têm um letreiro luminoso que durante alguns segundos passa todo tipo de frase até chegar ao que nos verdadeiramente interessa: o nome da linha do ônibus que preciso!


Enquanto o ônibus vinha li diferentes tipos de frases:
“Respeite o idoso”;
“Shopping Iguatemi”;
“Boa tarde”;
Mas a frase que eu mais necessitava, “Tancredo Neves”, só me foi visível quando o ônibus já estava perto e, é claro, o motorista fez de conta que não viu a solicitação de parada.


Fico me perguntando que cidade é esta em que vivo que ao invés de andarmos para frente, nos igualamos a caranguejos. 


Se intervenções são necessárias, as mudanças deveriam estar sinalizadas em todo o perímetro. De que nos serve um letreiro luminoso num ônibus que não cumpre sua função primeira: me informar o nome da linha?

Antes, os ônibus tinham um letreiro assim, permanente e em letras visíveis:



Hoje temos um letreiro que é digital, luminoso, que em dias de sol "forte" torna-se difícil a leitura, que digitam tantas frases que torna-se difícil ler a frase principal.


Continuando a me perguntar se Salvador gosta dos seus foi que peguei um táxi para meu destino...









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