quinta-feira, 26 de maio de 2011

Concursados e serviço público

Vejam só como as coisas acontecem, né? Por vezes pensamos que tudo é obra do acaso, mas não é,... leiam para compreender como entendi sobre como funciona o serviço público...

Desde outubro do ano passado que estava sem poder solicitar livros emprestados à Biblioteca da Universidade do Estado, do Campus I- Salvador porque estava em dívida de um volume que não restitui à biblioteca.  Este era o livro:


Na verdade o livro sumiu. Não sabia onde o tinha guardado, nem tão pouco porque não o havia entregue à biblioteca. Em conversa com funcionários da instituição, na busca por soluções para meu problema, fui informada que deveria entrar em contato com a Coordenadora da biblioteca, Sra. Cristina. Em conversa com a mesma minha situação foi muito bem acolhida e informaou-me de que poderia estar fazendo a restituição da mesma obra, mesma edição ou edição superior, desde que em bom estado de conservação. 

Buscando o livro pelos sebos da cidade, em tempos de grana curta e apertada, não o encontrava por ser antigo e pontual em seu conteúdo. Nisto o tempo foi passando e nada de eu restituir o livro. Por vezes retornei à biblioteca buscando justificar à Sra. Cristina, coordenadora e, por conseguinte, à biblioteca do porque de minha demora. Numa destas vezes que me dirigi à Coordenação dei com a «cara na porta» pois a sala da coordenadora mudou de lugar. Encontrando a sra. Cristina fui informada que a partir daquele dia eu não mais trataria de problemas como esse diretamente com ela, pois estava sendo deposta do cargo.

Sai de lá como a pergunta que não queria se calar em minha mente e encontrando outros funcionários da biblioteca fui informada de que a Sra. Cristina era concursada como bibliotecária e poderia mudar de cargos no local de trabalho à «bel prazer» da direção.

Voltei pra casa e neste interim fui correspondendo-me por e-mais com outras bibliotecárias afim de encontrar uma solução para o meu problema. Por fim consegui encontrar o livro no site da Estante Virtual e o levei, feliz da vida, à biblioteca, num dia de sábado. Devolvi o livro, restituindo à biblioteca de minha falta. Na semana seguinte procurei a atual coordenadora para conversar sobre a multa por atrasos que estava registrada para mim, sendo que a gestão anterior estava a par de minhas dificuldades.


Consegui, à duras penas, que a atual coordenação revisse minhas multas por atraso, isso depois dela confirmar com a antiga coordenadora a veracidade do que eu estava informando-a. Circulando pela biblioteca, conversando com um funcionário aqui, outro ali,  descubro que por um problema pessoal coma nova direção da biblioteca Cristina, antiga coordenadora, foi substituida pela atual. A grande questão é que esta troca de coordenadoras gerou uma instabilidade no quadro de funcionários que alegam a mesma não ter as especificações de título necessárias para o cargo, nem tão pouco ser concursada para sequer trabalhar na biblioteca da Universidade do Estado da Bahia. E o pior: passou à frente de outros funcionários, concursados, que aguardam anciosamente por uma promoção à dez, quinze, vinte anos...

Neste momento foi que entendi a expressão: «entrar pela janela» que escuto desde pequena. O concursado para o serviço público entra «pela porta», não deve nem teme ninguém, torna-se um calcanhar de aquiles para outros funcionários que sintam-se incomodados com suas interferencias em nome do bem PÚBLICO, enquanto que pessoas que são NOMEADAS para exercer tal função são, digamos, partidárias de quem está no poder, irão contribuir horizontalmente com a gestão e assim manter tudo como «desejado».

Em pensar que isto não acontece apenas na Biblioteca do Estado, mas por todo Brasil, onde tiver uma representação qualquer do bem público, do bem estar social e  da boa e velha cidadania é assim caminha a brasilidade...

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