quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Quem é massa de manobra de quem?


E a greve da Polícia Militar continua em Salvador...

Ao contrário do que muitos pensam, apesar do pequeno número de policiais na Assembléia Legislativa, a classe toda está em greve, inclusive mantendo-se "aquartelada" nos quartéis da PM.

Enquanto a quebra de braço entre Estado e policiais continua é relevante atentar para o fato de como a população está sendo utilizada (ora por grupo, ora por outro) como massa, força de pressão contra as ações políticas de cada um. Analisemos as ações de cada grupo separadamente:

A Polícia:
1- Sabendo da proximidade da maior festa de largo da cidade, sabendo que iria mexer com todos os cidadãos, independente de gostarem de carnaval ou não a PM faz uso deste período para forçar o Estado a aceitar suas reivindicações;
2- Como forma de ter a população a seu favor exigindo do Estado o fim da greve instaura-se um sentimento coletivo de insegurança e temor pela vida, afinal quem deseja que a barbárie se efetive e passe a temer (declaradamente) o próprio vizinho?
3- Os isurgidos declaram-se abertamente pais de família, cidadãos comuns, como você, afinal não ganhariam o apoio das massas dos guetos e favelas da cidade (os mesmos que eles, dentro da  e pela lei, "combatem" diariamente) se mantivessem a couraça de LOBOS que necessitam vestir para sobreviver na guerra não declarada contra todos e tudo que estiver no caminho das determinações estatais (as mesmas que também não desejam negociar dando ganhos aos policiais trabalhadores).

O Estado:

1- Ao ter deflagrada a greve e tomada da Assembléia Legislativa prontamente sai o representante do Estado, o governador, às mídias declarando que são tudo boatos, que a tranquilidade reina, afinal você precisava continuar indo e vindo ao trabalho, as ruas, movimentando a economia, não é mesmo?
2- A situação de insegurança se tornando assunto principal da coletividade inicia-se por parte do Estado ações múltiplas, mas que tem umn único objetivo: aniquilar o movimento e passar para você o que precisa: sensação de tranquilidade. Assim chama-se o exército (e se estes não viessem com certeza haveria outra forma de conseguir contingente armado para tal intento) para frear o movimento e espalhar-se pelas principais vias da cidade "mostrando serviço".
3- Por outra via mantém-se o pagamento as redes midiáticas para divulgar notícias contra o movimento e aqueles que o insitam. Assim é abrimos a página do A TARDE on line e recebemos à nossa percepção uma grande nota governamental divulgando o ENORME salário dos policiais, como se arriscar a vida a cada investida valesse tão pouco quanto o divulgado...
4- Se não bastassem estas ações passa-se a declarar os policiais trabalhadores como "arruaceiros" e demais nomes pejorativos que já conhecemos.
5- Por outra via declara-se a todos os poros da sociedade a despesa que será para o Estado "dar" o que está oferecendo, milhões de reais sairão dos impostos dos cidadãos para cobrir a nova dívida da cidade. Claro que, com essa notícia (se você tinha alguma afeição pelo movimento), você passa a considerar todo policial um "sem coração", um sovina que só pensa em si e que além de te deixar no clima emocional e psicológico que se encontra ainda te fará pagar mais por isso, não foi esse o raciocínio?



Assim é que, de um lado ou do outro, você, eu, nós é que passamos a ser constantemente bombardeados por "notícias" e ações políticas que no fim só buscam uma coisa: ter o nosso apoio contra ou a favor do movimento. No fim meus amigos, quem é massa de manobra de quem?

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